Doenças de importância para a piscicultura

Fungos

Os fungos podem ser um sério problema para peixes e anfíbios quando estes se encontram estressados ou doentes por diversos motivos: condições ambientais inadequadas; falhas nutricionais; condições higiênicas sanitárias deficientes; má qualidade da água ou quando feridos. Em todas estas situações de fragilidade orgânica ou de lesão tecidual, os fungos podem infectar os peixes e anfíbios, podendo também invadir as ovas e os ovos destes animais.


Ictiofitiríase (Ictio, doença dos pontos brancos)

Agente é o Ichthyophthirius multifiliis, um fungo ciliado que acomete pele e brânquias. Ocorre principalmente onde há oscilações bruscas de temperatura ou condições inadequadas de qualidade de água. É considerado o principal responsável por prejuízos, em nível mundial, nas pisciculturas de água doce. Disseminação muito rápida e de difícil tratamento, embora se possa manipular a temperatura da água para seu controle.

Depois de adulto ele abandona o hospedeiro e se prende a um objeto formando uma cápsula ao seu redor. Dentro dessa cápsula, o parasita se divide mais de 1000 vezes e quando essa divisão acabada, ele se desprende e nada de volta à um hospedeiro. 

Com o agravamento, é possível observar peixes apáticos, com natação a esmo, errática e sem vigor, além de anorexia, mudança da coloração da pele, aumento da produção de muco, dificuldade respiratória.

Diagnóstico: é realizado de forma simples e rápida, a partir de raspado, tanto da pele quanto das brânquias e pesquisa pelo parasito em microscópio óptico no aumento de 40 vezes (objetiva de 4x).  
Tratamento: Imersão prolongada em sal.

visualização do ectoparasita em lâmina


Cistos brancos na pele, brânquias e nadadeiras. 
Aspecto de "sal"














Saprolegniose (micoses dérmicas)

Comumente causada pelos fungos Saprolegnia, AchlyaAphanomyces e Dictyuchus, chamados de “mofos aquáticos”. Apresentam zoósporos que, por serem biflagelados, “nadam” à procura do hospedeiro. Os peixes, de todas as idades, quando acometidos por micoses dérmicas apresentam alterações no seu comportamento natatório, assumindo posições não compatíveis com sua natureza. Podem comprometer todo o corpo do animal, envolvendo-o com seu talo vegetativo miceliano, caracterizado como “algodão”, inicialmente branco que, posteriormente, pela sujidade, passa a ter coloração marrom. Esses fungos afetam principalmente animais debilitados ou feridos e podem também comprometer animais sadios quando a temperatura está abaixo do limite térmico de conforto da espécie, quando a água apresenta qualidade muito baixa ou com excesso de matéria orgânica, ou ainda quando ocorre alta densidade de peixes, comprometendo toda a população, além da mortalidade dos ovos.

Tratamento: uso de fungicidas.

Aspecto de "algodão"






















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